Jesus jejuou (Mateus, 4:2). Tendo Cristo, como Mestre e Modelo, por si só, seria motivo suficiente para tal prática. É claro que a extensão e o propósito do Seu jejum, foram levados a níveis que extrapolam de longe a capacidade humana e que jamais serão alcançados.
Mas, como registro bíblico e consideradas todas as nossas fraquezas e limitações, é um parâmetro e prática que deveríamos seguir. Jejum é tomado no contexto desse artigo, como abstinência de alimentos com objetivo espiritual.
Não é possível ignorarmos a importância do jejum como prática de vida cristã ao lermos as Escrituras, seja no Velho ou no Novo Testamento.
John Wesley, pregador protestante do século XVIII acreditava a tal ponto no jejum que mantinha rigorosamente sua prática todas as quartas e sextas-feiras. É sabido que praticamente todo grande evangelista dessa e época e posteriores, praticaram o jejum.
Por outro lado, jejuar é uma prática que vem se desvanecendo no corpo da igreja ao longo do tempo. Cada vez mais vai sendo encarada como não essencial à vida cristã, cedendo lugar ao racionalismo que ofusca as coisas das quais é preciso soltar as rédeas da razão para se ter acesso.
Dificuldades em jejuar
Jejum é polêmico, muitas vezes, pela sua extensão e propósitos. Convenhamos, encarar com seriedade e determinação um período superior a vinte dias de abstinência de alimentos, não é tarefa das mais simples, não. Por um lado, há o aspecto das nossas atividades rotineiras que terão que ser reajustadas, de modo a levar a cabo o objetivo; por outro, há o lado espiritual que vai promover o confronto direto com o inimigo de nossas almas; levando em consideração que a prática tem o objetivo de superar no mundo espiritual grandes obstáculos que irão se refletir no mundo natural.
- Uma dona de casa comprometida com a rotina da casa e de preparar o almoço para a família vive na carne, literalmente, essa dificuldade.
- Aquele trabalhador que precisa de muita concentração no trabalho – professor por exemplo – também vai encontrar dificuldades, pois, se o jejum carece de um período de concentração, seu trabalho, também vai exigir essa concentração. Esse é um dilema gerado pela vida moderna.
- É comum naqueles que ingerem café pela manhã, sentirem dores de cabeça agudas, durante o período do jejum.
- Ainda, há os que não tem a disciplina e a determinação necessárias para manter e levar o jejum até o fim do propósito. Lembrando que sempre é possível socorrer a Deus para o fortalecimento com a devida fibra para alcançar seus objetivos.
O jejum nos torna mais sensíveis a voz de Deus. Às vezes, quando nossa vida se torna um completo ruído, na qual já não ouvimos ou discernirmos com clareza a voz do Altíssimo e ficamos confundidos com as decisões a serem tomadas, é um bom momento para recorrer a esse poderoso recurso que temos à disposição. O jejum pode abrir nossos olhos espirituais para enxergar o sobrenatural, desobstruir nossos ouvidos para ouvir a voz de Deus e tomarmos a decisão certa, de acordo com Sua vontade.
No contexto de Mateus, 4:2, Jesus jejua por 40 dias e 40 noites antes de ser tentado e dar início ao seu ministério na terra. A missão era grandiosa, digna da sua natureza. Só ele poderia levar a cabo tal obra. O jejum foi sua preparação para a empreitada, embora Ele estivesse apto e qualificado desde o nascimento.
Fonte: Gospelprime.